Bateria de bicicleta elétrica causa incêndio em apartamento do Leblon: 'Em 1 minuto lambeu tudo', diz morador
11/12/2024
O engenheiro Marcos Otto, de 55 anos, teve queimaduras de 2° e 3° graus nas pernas e braços. Ele contou ao g1 que a bateria era original, esquentou muito durante o carregamento, começou a fazer barulhos e logo depois explodiu, provocando duas chamas muito fortes: "parecia um maçarico". Bateria de bicicleta elétrica causa incêndio em apartamento do Leblon: 'Em 1 minuto lambeu tudo', diz morador
A bateria de uma bicicleta elétrica que estava carregando na tomada provocou um incêndio grave e destruiu um apartamento na rua General Venâncio Flores, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na tarde da última terça-feira (10).
Imagens do incêndio chamaram atenção de quem passava pelo bairro. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e controlaram o fogo. O apartamento foi completamente destruído.
O dono da bicicleta e morador do imóvel, o engenheiro Marcos Otto, de 55 anos, teve queimaduras de 2° e 3° graus nas pernas e braços e segue internado no Hospital Miguel Couto desde o dia do incêndio.
A mãe do engenheiro, que também mora no local, ficou bastante abalada com o incidente e também precisou de atendimento médico.
De acordo com Marcos, fora o prejuízo do imóvel, que tem seguro, a perda material da família ultrapassa os R$ 30 mil. Não entrou nessa conta, segundo ele, o valor sentimental de objetos pessoais perdidos e o transtorno de passar por uma situação tão traumática.
"Minha vida inteira tava ali. Roupas, certificados de faculdade, computadores, monitores, impressora, ternos, oito raquetes de beach tennis, vinhos, minha biblioteca inteira, livros técnicos, perdi tudo", contou Marcos.
O engenheiro mora no local desde abril, quando terminou seu casamento e voltou a viver com a mãe no apartamento do Leblon. A família mora no local há mais 40 anos.
Explosão alta e labaredas de fogo
Marcos possui dois modelos de bicicleta elétrica e uma delas precisa de 7 ou 8 horas para carregar completamente na tomada. Na manhã de terça, ele colocou o cabo da bateria na tomada como fazia sempre.
"Eu comecei a carregar a bicicleta e fui fazer outras coisas. Fui a uma reunião meio-dia e voltei pra casa. Quando estava escovando os dentes comecei a escutar alguns estalos", contou.
"Eu vi que era a bateria e tirei o cabo da tomada e do carregador. Quando coloquei a mão queimei meus dedos porque a bateria tava muito quente. Eu pensei em empurrar a bateria até o boxe do banheiro, mas antes de fazer qualquer coisa a bateria explodiu", disse o engenheiro.
Bateria de bicicleta elétrica causa incêndio em apartamento do Leblon
Reprodução redes sociais
Marcos contou que o barulho da explosão foi muito alto.
"Na hora deu uma explosão e o fogo saiu pela frente e por trás da bateria. O fogo por trás queimou minha perna. Foi muito forte. Foi tipo um maçarico. Queimou minha perna, meu tornozelo e meu pé".
Como se não bastasse o susto pela explosão e as queimaduras, o "maçarico" jogou a chama para dois pontos do quarto do engenheiro. Em segundos, dois focos de incêndio se formaram, na cama e na porta, onde tinha algumas roupas penduradas.
"Eu tenho treinamento de combate a incêndios e fui logo no banheiro pegar uma toalha molhada para tentar apagar o fogo. Tentei apagar, mas não deu. Avisei minha mãe e pedi para ela deixar o apartamento. Larguei tudo e fui embora com ela", disse Marcos.
"Em um minuto lambeu tudo", relembrou.
Marcos ainda conseguiu avisar os vizinhos do andar e o porteiro do prédio, que chamou os bombeiros. Já do lado de fora, olhando seu apartamento ser tomado pelo fogo, o engenheiro começou a sentir fortes dores nas pernas.
Ele foi atendido pelos bombeiros e levado para o Hospital Miguel Couto, onde passou por alguns procedimentos para eliminar a pele queimada e aliviar a dor.
"Eu estava apagado, fiquei a noite toda sem dor, mas hoje (quarta) a anestesia passou e a dor voltou muito forte. Em uma escala de 0 a 10, a dor agora é 8".
Bicicleta e carregador originais
Marcos tem essa bicicleta há mais de cinco anos, mas a bateria que explodiu é nova. Segundo ele, o equipamento tem sete meses e ele ainda está pagando pela peça.
O engenheiro disse que fez questão de comprar o produto original, compatível com a marca da sua bicicleta. Contudo, ele lembrou que nunca teve suporte do fornecedor sobre como utilizar o equipamento e que nem mesmo quando comprou a bicicleta recebeu informações sobre onde ou como carregar o veículo.
"Quando eu comprei a bicicleta não tive nenhuma informação de como carregar. O vendedor só me disse como fazer e eu confiei".
Na opinião dele, os fabricantes de bicicletas elétricas deveriam ter mais cuidado com esses procedimentos.
"Eu acho que tinha que ter mais informações do fabricante, ter uma gestão de risco sobre o local onde você vai carregar. Por exemplo, eu nunca mais vou carregar uma bateria dentro de casa", completou Marcos.